Arquitetura paisagista antes e depois da rev. industrial

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Arquitetura paisagista antes e depois da rev. industrial

A arquitetura paisagista antes e depois da Revolução Industrial

Tal como afirmei no artigo sobre Francisco Caldeira Cabral, podemos estabelecer uma linha divisória entre o Paisagismo antes e depois da Revolução Industrial.

As mudanças sociais e económicas que ocorreram tiveram impacto no modo de vida das sociedades e, por conseguinte, levaram a alterações na relação entre o Homem e a paisagem.

As diferenças da Arquitetura Paisagista antes e depois da Revolução Industrial

A evolução dos jardins clássicos tem o seu ponto de partida nos mosteiros e nos jardins seculares da Idade Média, que revelavam influências dos jardins da Antiguidade, nomeadamente romanos, bizantinos e árabes. Posteriormente, surgiram os belíssimos jardins da Itália renascentista, os riquíssimos jardins barrocos delineados por André Le Nôtre e os românticos jardins ingleses do século XVIII.

Até à Revolução Industrial, a Arquitetura Paisagista foi uma disciplina intimamente ligada às classes dominantes, nomeadamente ao Clero e à Nobreza. As preocupações estéticas eram o principal foco e, amiúde, o arquiteto paisagista era encarregue de revelar a riqueza e o poder do proprietário através da sumptuosidade do seu projeto.

Por seu turno, o Povo estava tão ocupado em trabalhar a terra para sobreviver que não tinha qualquer tempo para se preocupar com jardins. Contudo, pelo seu labor, modelou as paisagens.

A mudança com a Revolução Industrial

A Revolução Industrial alterou profundamente as sociedades e o seu modo de vida. As populações deslocaram-se das zonas rurais para as cidades, que cresceram desmesuradamente. A Revolução Industrial fez surgir uma nova classe social – a Burguesia.

O parcelamento da terra aumentou, o que fez com que houvessem menos terrenos particulares livres.

Paisagismo e Urbanismo

Com o crescimento das cidades, surgiram preocupações com o uso e a gestão dos solos, os recursos territoriais e com a qualidade de vida das populações, em especial, com a diminuição do risco do surgimento de surtos de doenças contagiosas. Apareceu neste sentido uma nova disciplina, o Urbanismo, em que os parques e os jardins públicos foram a solução encontrada, entre outras, para potenciar o arejamento das cidades, proporcionando uma maior qualidade de vida a todas as classes sociais e não apenas à elite. Podemos dizer que a arquitetura paisagista se democratizou.

O Paisagismo atual

A necessidade de combater as alterações climáticas e de proteger o meio ambiente é cada vez mais o ponto fulcral da arquitetura paisagista dos nossos dias. A disciplina evoluiu e relaciona-se cada vez mais com a área do Urbanismo, procurando criar vilas ou cidades cada vez mais sustentáveis e funcionais, onde as pessoas gostem de viver.

Tanto no âmbito dos espaços particulares como nas intervenções em espaços públicos, o objetivo principal passa por gerir as águas pluviais e por contribuir para melhorar as condições de vida das populações, criando áreas de lazer que respeitam o meio envolvente e as especificidades de cada local.

Na Paisageiro seguimos a filosofia do equilíbrio entre bem-estar, funcionalidade e respeito pelo Belo Natural em todos os projetos que desenvolvemos. O seu pode ser o próximo, basta contactar-nos!

por: Karine Moreau

Karine Moreau é uma arquiteta paisagista luso-francesa que, depois de se ter formado numa das melhores escolas da especialidade em França, estabeleceu-se em Portugal, mais precisamente em Sintra, para desenvolver a sua atividade profissional. Apaixonada pela natureza, pelo paisagismo e pelo urbanismo, coloca todo o seu profissionalismo e paixão ao serviço dos seus clientes – sejam particulares, empresas ou entidades públicas – por forma a criar espaços verdes que contribuem para uma melhor qualidade de vida.