As origens da arquitetura paisagista

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As origens da arquitetura paisagista

As origens da Arquitetura Paisagista

A relação Homem/Natureza na pré-história tinha por base a sobrevivência. O Homem causava um impacto mínimo no meio ambiente, limitando-se a obter os recursos que precisava para se alimentar e abrigar.

A Natureza tinha também uma predominância mística sobre o Homem, já que os seus elementos eram muitas vezes considerados divindades e manifestações naturais como sismos eram vistos como intervenções divinas.

O surgimento da arquitetura paisagista

Se nos primórdios o Homem era um simples elemento que procurava sobreviver na Natureza, rapidamente procurou moldá-la às suas necessidades. Como tal, as origens da arquitetura paisagista estão intimamente ligadas à necessidade que o Homem teve de alterar o ambiente que o rodeava por forma a tornar a sua vida mais segura e agradável.

O fim do nomadismo e a sedentarização das populações foi o principal fator impulsionador da nova relação Homem/Natureza.

Sedentarização

A partir do momento em que o Homem deixou o modo de vida nómada e passou a estabelecer-se em povoações, desenvolveu a agricultura e a criação de animais, trabalhando e intervindo nos terrenos e na Natureza em seu redor.

Os espaços em redor das habitações não eram propriamente jardins de flores ornamentais, onde o fator beleza fosse fundamental, mas eram, sobretudo, locais onde se plantavam ervas e plantas medicinais e de subsistência.

A Antiguidade e a arquitetura paisagista

É na Antiguidade que surgem os conceitos de beleza e planeamento aliados aos jardins. As elites dos Povos da Antiguidade Clássica começam a explorar a criação de espaços verdes onde a componente estética era tão ou mais importante que o fator funcional.

Na verdade, é nesta época que surgem os primeiros jardins grandiosos, onde abundam as flores e plantas decorativas, muitas vezes destinadas às oferendas aos deuses, as estátuas e o domínio dos cursos de água, entre outras características que os tornam únicos.

No fundo, estes jardins eram planeados e criados para proporcionarem bem-estar e admiração a quem os visitasse. Os jardins suspensos da Babilónia são, sem dúvida, o esplendor máximo deste novo conceito de jardins.

E é nesta conjugação de funcionalidade, beleza e planeamento, típica dos jardins da Antiguidade que podemos encontrar as origens da arquitetura paisagista, que foi evoluindo ao longo dos séculos, democratizando-se e adquirindo cada vez mais preocupações ambientais, procurando reequilibrar a relação Homem/Natureza.

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por: Karine Moreau

Karine Moreau é uma arquiteta paisagista luso-francesa que, depois de se ter formado numa das melhores escolas da especialidade em França, estabeleceu-se em Portugal, mais precisamente em Sintra, para desenvolver a sua atividade profissional. Apaixonada pela natureza, pelo paisagismo e pelo urbanismo, coloca todo o seu profissionalismo e paixão ao serviço dos seus clientes – sejam particulares, empresas ou entidades públicas – por forma a criar espaços verdes que contribuem para uma melhor qualidade de vida.