Desde tempos primitivos que o Homem está intimamente ligado à Natureza e tira partido dela.
O Homem primitivo e a Natureza
Nos primórdios da Humanidade, os recursos naturais eram, sobretudo, usados para criar abrigos, fabricar armas ou ferramentas. Porém, o Homem foi aprendendo com a natureza e apercebeu-se de que muitas plantas e frutos eram comestíveis e que outras tinham efeitos curativos.
Percebeu também que as sementes germinavam e que davam origem a novas árvores ou plantas da mesma espécie. Foi este conhecimento que impulsionou a seleção e o cultivo de plantas, ajudando à sedentarização das tribos primitivas.
Os jardins da Antiguidade
Se no início, a natureza era apenas vista como um meio de sobrevivência, na Antiguidade surgem os jardins como elementos decorativos e locais de descontração e de prazeres.
Inspirados no conceito do Jardim do Éden, os jardins da Antiguidade caracterizavam-se pela vegetação luxuriante que contrastava fortemente com as paisagens áridas da região do Médio Oriente, onde se situavam as mais importantes civilizações da época.
É na Antiguidade Clássica que se inicia a conjugação dos elementos naturais, árvores e plantas, com elementos fabricados pelo Homem como por exemplo os pavimentos, as pérgulas, as fontes, as estátuas ou os sofisticados sistemas de irrigação.
Da Antiguidade Clássica há a destacar os jardins egípcios, persas, e romanos como sendo os mais marcantes. Obviamente que não podia deixar de referir os Jardins Suspensos da Babilónia que são o maior exemplo icónico.
A evolução dos jardins
Desde a Antiguidade que os jardins têm vindo a evoluir. Desta evolução surgiram diferentes tipos de jardins que refletem as características culturais e geográficas dos locais e das épocas onde surgem, mas que, em alguns casos, partilham características comuns.
Idade Média
Na Europa da Idade Média os jardins são caracterizados por uma maior austeridade, ligada sobretudo ao fervor religioso. Neste período são fundadas diversas ordens religiosas e construídos mosteiros e conventos onde são preservadas e desenvolvidas inúmeras espécies hortícolas, medicinais e ornamentais.
A influência Árabe
Os árabes chegaram à Europa no século VIII para deixarem uma marca profunda no sul da Península Ibérica, com especial destaque para o sul de Espanha. Ali constroem palácios deslumbrantes, rodeados por jardins incríveis, cujos expoentes máximos são os jardins de Alhambra e os de Sevilha.
Renascimento
Com o Renascimento e o Movimento Barroco a opulência e a grandeza substituem o rigor dos jardins medievais. Deste período magnífico das artes em geral, destacam-se os jardins italianos, como a Vila d’Este, e os jardins franceses, como Vaux-le-Vicomte e os emblemáticos jardins de Versailles.
Os jardins ingleses
Versailles serviu de inspiração para a criação de jardins semelhantes um pouco por toda a Europa com exceção da Inglaterra onde surgem, a partir do século XVIII, os chamados jardins ingleses, que, idealmente, recriam paisagens bucólicas e pictóricas.
Os jardins Orientais
Além dos jardins europeus, há a realçar os jardins orientais que surgiram na China e depois no Japão. O convite à meditação e à introspeção é o traço mais distintivo destes jardins que refletem as filosofias orientais.
Os jardins Contemporâneos – do século XIX à atualidade
Os jardins destes séculos são amplamente influenciados por diferentes estilos já existentes e têm em conta tanto espécies autóctones como exóticas, e a geografia dos locais onde são construídos.
Ao longo da história, os jardins passaram por uma complexa evolução: jardins particulares, primeiros parques públicos, espaços verdes coletivos funcionais e parques públicos modernos…
Ao longo destes séculos, com especial destaque para a última década, a consciência ecológica e as preocupações com o meio ambiente foram crescendo e são um dos principais fatores que influenciam o desenho e o desenvolvimento de um jardim ou de qualquer outro projeto de arquitetura paisagista.
Na verdade, é esta filosofia de comunhão e de respeito pela natureza que a Paisageiro incorpora nas suas conceções, tanto em espaços particulares como públicos, procurando criar espaços únicos que contribuem para uma maior qualidade de vida de quem os frequenta e habita.